terça-feira, 24 de abril de 2012

Uns gatafunhos do meu livro

(...)Avança em direção ao terraço atraída pela calma, a brisa que vinha do rio estava agradavelmente fresca, ao longe as luzes fazem brilhar uma capital adormecida.
O rio está perto, refletindo nas suas águas o brilho das estrelas que pareciam estar em festa, naquele local, a sós com as suas duvidas vagueia nos pensamentos, podia sentir o silêncio da cidade,  costumava seguir o rasto dos aviões até se confundirem no céu.
Regressa para o interior, fecha as portadas de acesso ao terraço, acomoda-se à secretária, aquele era um dos seus locais preferidos, as  estantes estavam repletas de livros, as paredes compostas  por fotografias e desenhos que as crianças ali deixavam agarrados à parede, o chão em madeira clara suportava alguns caixotes ainda fechados e empilhados que nunca foram devidamente arrumados.
Junto a uma das portadas estava um sofá com uma manta quente, por vezes adormecia ali acordando de madrugada com os primeiros raios de sol a entrar pelas vidraças.
Nesses dias, aproveitava para sentir o calor do sol no rosto e apreciar a neblina que ainda restava  ao longe  no rio.(...)

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Ao meu avô

Aos meus avós.

Era uma vez uma casa em forma de coração, branca e pequena, rodeada de eucaliptos e flores, essa casa tinha um lugar mágico cheio de raios de luz que entravam sem pedir licença  por uma janela redonda como as janelinhas dos navios.
Durante o dia a casa era invadida por crianças com olhares curiosos, sorrisos charmosos, que corriam com os cabelos soltos ao vento e bochechas vermelhas.
A casa  branca e pequena cheia de sol com cheiro a canela era contornada por dois carris cinzentos que o tempo não mudou.
As estações e os anos passaram pela casa que continua em forma de coração, branca, pequena, rodeada de eucaliptos e flores, as crianças, essas cresceram...

sábado, 21 de abril de 2012

Porque os crescidos também tropeçam...

Porque os crescidos também tropeçam, um dia tropecei na saudade, com o tombo  deixei cair a caixinha onde guardava as recordações.   Espalharam-se pela calçada  nomes,  retratos,  emoções,  músicas, cheiros,  sabores,  sorrisos,  palavras,  abracinhos e  afetos.
Levantei-me, sequei as lágrimas com a manga da camisola e resolvi arrumar tudo muito bem arrumadinho, com muito cuidado para não deixar nada para trás.
 Ficou tudo bem guardado!!!