Alvor
Acabara de chegar a
uma praia, onde a humidade tinha o cheiro das ondas e da areia molhada.
Descalçou-se para sentir a areia ainda quente, caminhava
muito devagar pela praia, seguia com a cabeça levantada olhando aquele horizonte
traçado pelo mar, aproveita os últimos momentos daquele Pôr de Sol que torna a
praia num manto brilhante que contrasta com o azul do céu.
No areal, avista uma esplanada construída em pinho norueguês
protegido por uma cera castanha, que lhe dá o tom familiar de todos os anos, a
mesma ganhava forma e contornos à medida que se aproximava.
Dos lados da construção abundavam dunas que iam mudando
imperceptívelmente de forma graças aos grãos que o vento fazia deslocar de uns
pontos para outros em cada dia que passava.
Sentou-se no alpendre, inspirou fundo e foi absorvida por
aquele cenário de beleza rara, para ela nada tinha mudado, aquele lugar era
como uma fortaleza que continuava
resistente ao sol tórrido e à humidade salina.
Assistiu ao Pôr do Sol,
com a luz ainda intensa a passar por entre algumas nuvens que se começavam a
instalar.